domingo, 13 de maio de 2012

CARLOS "VÂNDALO" LOPES (GUITARRA E VOZ DA BANDA DORSAL ATLÂNTICA)

DORSAL ATLÂNTICA



Impossível pensar em metal no Brasil sem citar os cariocas do Dorsal
Atlântica. Capitaneada pelo incontestável líder Carlos "Vândalo" Lopes
o grupo registrou clássicos imortais do metal nacional venerados em
todo o mundo. Depois de 22 anos parados resolveram voltar com a
formação clássica que tem além de Carlos na guitarra e vocais seu
irmão Cláudio "Cro-Magnon" no baixo e Hardcore na bateria. A banda
está com uma campanha na internet para arrecadar fundos pro novo
trampo e pra saber mais sobre tudo isso batemos um papo com o
polêmico, mítico e autêntico Carlão, aproveitem!

                                                                               
                                                                              Manu "Joker" Henriques




Manu "Joker" Henriques: Salve Carlão, antes de mais nada o que o motivou a se reunir com seu irmão e com o Hardcore após 22 anos pra reviver o Dorsal
Atlântica. Me lembro de ler em entrevistas que a banda pra você era
passado. O que o motivou nesse retorno?



Carlos "Vândalo" Lopes: Não me canso de repetir que foi a pressão
incansável dos fãs durante 12 anos, o período que a banda hibernou.
Coloquei meus desejos de lado e cedi. Mas para que o sonho se torne
realidade contamos com o apoio dos fãs,  dos que querem participar
desse momento histórico, dessa revolução, da qual todos podem fazer
parte até dia 10 de JUNHO de 2012 no site da CATARSE.

http://catarse.me/pt/projects/659-projeto-novo-cd-da-banda-de-metal-dorsal-atlantica





Manu "Joker" Henriques:  A sua trajetória já é bem conhecida de todos os fãs da banda,
depois do Dorsal você esteva frente de interessantes projetos como
Usina Le Blond e Mustang, colaborou com revistas, lançou seu blog e
continuou na mídia. Agora em relação ao Cláudio e o Hardcore, por onde
andaram esses dois? Tocando em alguma banda?



Carlos "Vândalo" Lopes: O Hardcore é músico de estúdio e da noite e
meu irmão estava aposentado de bandas. Após perceber que poderíamos
prestar essa homenagem aos fãs, me reuni com os dois amigos na mesma
noite em que a banda FOCUS tocava no Rio e lhes expliquei a situação.
Cláudio e Hardcore receberam a notícia com muita alegria, empolgados
mesmo e disseram mil sims.



Manu "Joker" Henriques: Como se deu a reunião, onde decidiram voltar a formação clássica? De quem partiu a ideia?



Carlos "Vândalo" Lopes: O que nos motivou mesmo para voltarmos foi o
convite da produção do 'Metal Open Air', o mal fadado festival que não
ocorreu no Maranhão e que contava com um cast de dezenas de bandas
fabulosas, que nos pediu para que fechássemos uma das 3 noites do
festival e nenhuma outra banda brasileira foi convidada para fechar
uma noite, percebi que era a hora. Nos disseram que a abertura para a
Dorsal Atlântica, seria feita pelas bandas Exodus e Anthrax. 99% das
bandas brasileiras aceitariam na hora, mas eu disse não porque não
havia cachê. Depois dessa, senti que era a hora, juntamente com a
pressão da comunidade da banda no facebook, que hoje por curiosidade,
alcançou 666 seguidores!









 Manu "Joker" Henriques: Vocês estão com uma campanha para arrecadar fundos pra gravação do cd novo, como várias bandas tem feito, como andam os resultados e o
que você pode nos contar a mais sobre essa questão?


Carlos "Vândalo" Lopes: O público da DORSAL está nos apoiando
exponencialmente, as porcentagens duplicam dia a dia e até o momento a
meta semanal está sendo atingida. Crowdfunding é um sistema de
realização de projetos, financiado pelas pessoas, sem intermediários.
A data limite para que o apoiador invista na produção do CD é 10 de
JUNHO de 2012. Se até essa data, se o valor total não for arrecadado,
o CD não será produzido e os investidores terão seu dinheiro de volta.
Do orçamento de 40 mil, um valor subfaturado, 27,5 % são do imposto de
renda e 12% do site CATARSE. Os valores de contribuição cobrem todas
as despesas relativas à gravação e prensagem do novo CD da DORSAL
ATLÂNTICA. As diversas opções de investimento estão disponíveis no
site CATARSE.ME.

http://catarse.me/pt/projects/659-projeto-novo-cd-da-banda-de-metal-dorsal-atlantica





Manu "Joker" Henriques: Você disse que o material já está pronto. Desde quando estão
ensaiando e o que pode nos adiantar das músicas? Achei os títulos bem
interessantes e remetem a fase inicial da banda abordando tanto fatos
históricos, guerras, política como também o lado mais filosófico. É
por ai mesmo?



Carlos "Vândalo" Lopes: Se o CD existir, será um trabalho de homenagem
aos fãs. Uma das músicas, que talvez feche o disco, ou seja enviada
como bônus, é um hino que agradece aos fãs pelo empenho durante a
campanha. A inspiração para o novo trabalho vem dos nossos primeiros
LPs entre 1986 e 1990, gravados pela mesma formação que participa da
campanha. As músicas em português estão sendo escritas há dois meses,
desde que o projeto foi pensado. As letras falam sobre guerra (tema do
nosso primeiro LP) e sobre questões humanas (exatamente como as letras
do segundo LP).  O que deve ficar claro é que esse não é um disco
saudosista, mas um trabalho que espelha o nosso passado, com a força
do presente e as lições que aprendemos na vida e na estrada. Como
também não é um disco moderno, é um disco da DORSAL ATLÂNTICA.

 Esses são os nomes de algumas das novas composições: Meu Filho me
Vingará (sobre Euclides da Cunha), Stalingrado (sobre a vitória dos
russos contra os nazistas), Operação Brother Sam (sobre o golpe de
1964 e a reação americana contra a esquerda brasileira), Jango
Goulart, Eu Minto, Tu Mentes, Todos Mentem, O Retrato De Dorian Gray,
Corrupto Corruptor, Colonizado / Entreguista, A Invasão Do Brasil, 168
Bpm, Imortais.





Manu "Joker" Henriques: Saindo o disco a banda colocará novamente o pé na estrada? Essa volta é em definitivo?


 Carlos "Vândalo" Lopes:  A intenção, como está explicado no blog da
CATARSE não é um retorno aos palcos, mas a arrecadação para gravarmos
um CD de homenagem aos fãs.  Não gosto de pensar em shows, antes mesmo
de termos um CD em mãos, acho muito precipitado. Uma coisa de cada vez
para não atolar, né?.




 Manu "Joker" Henriques: Após esses 22 anos de inatividade como você situa o Dorsal
Atlântica na cena metal/hc atual do nosso país? Você tem acompanhado
as bandas mais novas?


Carlos "Vândalo" Lopes: Acompanhei profissionalmente a cena, quando
fui produtor e apresentador do programa Puro Metal na Rádio Venenosa
FM do Rio durante alguns anos e pesquisei bastante para ter um
programa dinâmico. E na fase de jornalista musical, durante mais de
uma década, continuei a receber demos e CDs. Infelizmente, a cena
prega o continuísmo e a DORSAL nunca foi uma banda que se repetisse,
que pregasse a estatização do pensamento, o cerceamento da
liberdade.Sou um dos fundadores do metal, assim como se conhece, no
Brasil. Fomos a primeira banda da América do Sul a fundir metal, punk
e hardcore. Nosso papel na história está selado, é definitivo, a
DORSAL não é moda.

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